quinta-feira, 29 de abril de 2010

A Paineira-branca e seus visitantes

Em uma breve sessão de fotos foi possível observar muitas abelhas, uma espécie de borboleta, de mamangava, de mosca, de vespa e de abelha nativa (cuja foto não ficou boa), visitando uma Paineira-branca (Ceiba glaziovii).

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Margarida mexicana invasora

Nas áreas abertas e alteradas ainda existentes no Lago Sul é possível encontrar, em determinada época do ano, com uma frequência considerável, a "margarida" da foto abaixo.

Eu pensava que se tratava de uma espécie nativa, mas estava enganado. Ela é de origem mexicana (segundo http://www.jardineiro.net/br/banco/bidens_sulphurea.php). A espécie se chama Bidens sulphurea, uma espécie de "picão", da familia Asteraceae. Leio que "Asteraceae está entre as principais famílias de plantas invasoras, incluíndo-se aí plantas como o picão-preto (Bidens pilosa), a serralha (Sonchus oleraceus), a vassourinha (Baccharis dracunculifolia), o dente-de-leão (Taraxacum officinale), a losna-branca (Parthenium hysterophorus), o pincel (Emilia fosbergii) e o picão-branco (Galinsoga spp.)." (Botânica Sistemática. Souza, V.C. e Lorenzi, H. Plantarum, 2008).

Leio também que o picão "multiplica-se por sementes, com extrema facilidade, de forma que é considerada planta invasiva em determinadas situações." (http://www.jardineiro.net/br/banco/bidens_sulphurea.php)

Isso explica porque ela cresce sozinha, na beira dos caminhos e ressurge todo ano.

Outra coisa interessante é que o que nos parece ser uma flor é, na verdade, uma inflorescência, um conjunto de flores agrupadas (por isso essas plantas são chamadas de "compostas" e o nome da familia, antes de se chamar Asteraceae, era Compositae).



Leio em http://www.uc.pt/herbario_digital/Flora_PT/Familias/compostas/ que o arranjo floral das compostas, denominado capítulo, "se caracteriza, em linhas gerais, por apresentar muitas flores reduzidas agrupadas de uma forma muito compacta directamente sobre um disco (receptáculo). As flores periféricas deste disco frequentemente apresentam um prolongamento unilateral (lígula), o que, no conjunto, dá o aspecto semelhante a uma flor “normal”. Dado que o número de flores na periferia é variável, o número de “pétalas” (lígulas) também o é, o que muito raramente acontece em outras famílias."

Veja a ilustração:


Esquema geral de um capítulo, em dois estádios do desenvolvimento – em flor (na ântese) e quando da maturação dos frutos. O esquema foi inspirado nas características de várias espécies, para mostrar um pouco da variação que pode haver. As flores e frutos foram desenhados afastados para melhor compreensão; na realidade, estes encontram-se dispostos de forma compacta.

"O capítulo, então, assemelha-se em forma e função a uma só flor, no entanto, é constituído por um agregado de inúmeras pequenas flores, em que geralmente as externas se tornam vistosas pelo desenvolvimento da lígula, e as internas são pequenas e pouco vistosas."

E, o que é mais interessante, "esta estratégia, que basicamente é uma divisão de tarefas, reduz o investimento necessário para a atração dos polinizadores, pois apenas uma pequena porção das flores é que produz uma “pétala”, beneficiando todas as outras desse esforço."

Portanto, quando alguém arranca as "pétalas" de uma margarida, no bem-me-quer, mal-me-quer, está, na verdade, arrancando as lígulas ou as flores periféricas.

(Convém registrar: "nem todas as espécies das compostas apresentam os capítulos como acima descritos" e "os capítulos não são exclusivos desta família")

segunda-feira, 26 de abril de 2010

A utilidade da identificação botânica

Quando fiz a foto abaixo, caminhando pelo Jardim Botânico de Brasília, não sabia que espécie era. Com a ajuda de um amigo botânico, descobri que se tratava de um indivíduo de Vernonia aurea.

Por curiosidade, fiz uma busca na internet usando o nome da espécie. Logo de início descobri um artigo muito interessante sobre "efeito de borda", usando a Vernonia aurea como espécie indicadora (http://www.botanica.org.br/acta/ojs/index.php/acta/article/view/207/50). E, lendo o artigo, fiquei sabendo que a Vernonia aurea "é uma espécie de porte arbustivo (~1,0 a 1,5 m de altura), comum em ambientes degradados (espécie pioneira) e considerada uma planta daninha em pastagens (Lorenzi 2000; Farias et al. 2002; Lara et al. 2003). Isso explica porque encontrei a Vernonia aurea em abundância ao longo das trilhas e estradas abertas (ambientes degradados) no Jardim Botânico (pressupondo que a densidade da espécie seja menor nas áreas mais distantes das bordas das trilhas e estradas, o que eu não sei se é verdade). De qualquer forma, veja como a indentificação botânica de uma espécie nos ajuda a compreender o que observamos em um ambiente natural.

A utilidade da classificação botânica

Caminhando no cerrado do Jardim Botânico de Brasília, encontrei e fotografei a flor abaixo. Enviei-a para um amigo botânico pedindo-o para me ajudar a identificá-la.

Dias depois, estava fotografando um Hibiscus de jardim, com flores amarelas, quando notei a semelhança da sua estrutura reprodutiva com a da flor do Jardim Botânico. Imaginei que talvez pertencessem à mesma família (Malvaceae) ou, quem sabe, ao mesmo gênero.
De fato, meu amigo identificou a flor do cerrado como sendo da espécie Pavonia grandiflora, que pertence à família Malvaceae. Este é um exemplo prático da utilidade da classificação botânica. Conhecer uma planta ajuda a identificar outra parecida. Saber que uma planta pertence a um determinado grupo, ajuda a conhecer suas características biológicas e ecológicas.

domingo, 25 de abril de 2010

Vernonia aurea e seus visitantes 2

Mais dois visitantes observados em Vernonia aurea: uma vespa e outra espécie de abelha nativa. Se voce ampliar a foto, observe as bolas de polém nas patas traseiras da abelha. Não é fantástico?


quinta-feira, 22 de abril de 2010

Vernonia aurea e seus visitantes


Vernonia aurea (Astaraceae), fotografada no Jardim Botânico de Brasília, em abril de 2010. (Identificada com ajuda de João de Deus Medeiros (http://www.flickr.com/photos/cerrados/))

Em 20 minutos de observação as flores da espécie foram visitadas por cinco insetos diferentes: os dois dipteros, abelhas e a borboleta das fotos, e ainda por outra espécie de borboleta (cujas foto não ficou boa). Quando a gente olha para as pequenas flores da Vernonia aurea na beira do caminho não dá muito por ela mas veja quantos insetos ela alimenta. E a florzinha, vista de perto, encanta. Veja mais fotos em http://www.flickr.com/photos/mercadanteweb/sets/72157623907519422/